sábado, 22 de março de 2008

Em busca do Graal

Muitos de nós partimos para longe, para os lugares mais estranhos movidos pela a esperança de construirmos uma vida melhor. É certo que no caso de um país muçulmano, como Argélia, com alguns riscos associados, a mudança é mais difícil, os nossos hábitos tem de ser limitados e readaptados a realidade do país, mas isto são só o que poderíamos chamar os custos directos. Mas qual os custos indirectos a pagar por essa mudança ? Cada caso é um caso, tudo depende da nossa situação anterior, tanto pessoal como profissional. Se pretendemos recomeçar uma nova vida, se estamos numa situação difícil, se não deixamos família para trás então o preço é razoável e a mudança quase que se impõe. No limite, se as coisas não correrem bem, ficamos com uma nova experiência. No entanto se tivermos uma vida estabilizada, a mudança pode ter um preço alto, chegando muitas vezes ao desmembramento da própria família. Uma coisa é certa muitos dos momentos que deveríamos e gostaríamos de estar presentes, não estamos. O resultado final só pode ser visto alguns meses depois do regresso, pois as marcas do afastamento só se vêm muitas vezes após o mesmo. E para quê? Muitos pelo aspecto financeiro a curto prazo, outros por um reconhecimento que os projecte dentro da organização. No entanto nem sempre as apostas são ganhas, por vezes o esforço parece inglório, e o resultado resume a uma experiência que apesar profissionalmente poder ter corrido bem revela-se pouco para o esforço, muitas vezes elevado (directo e em particular indirecto), dispendido. Mas sempre devemo-nos guiar por um princípio no qual mais vale nos arrependermos por termos feito, do que nos arrependermos de nunca o fazer. Estas experiências também servem muitas vezes para nos mostrar que provavelmente estamos no sítio errado e que devemos procurar novos caminhos, às vezes uma mudança impõe uma nova até chegarmos a bom porto. Koun saïdan (Be happy)

Redoa, inchala

8 comentários:

Anónimo disse...

A vida são dois dias, logo se não tentarmos aproveitar as oportunidades que nos surgem, elas passam e ficamos com a dúvida do que seria se não as agarrarmos.
A vida é feita de bons e maus momentos, mas todos nos trazem ensinamentos e nos fazem crescer, ficar mais fortes e espero melhores, pois passamos a ver as coisas com olhos mais experientes, mais sensíveis...
Como tu próprio o disseste várias vezes, tudo serve para aprendermos alguma coisa.
Vais com certeza alcançar os teus objectivos. Aqui torcemos por ti
PASCMC

Anónimo disse...

Escrevo enquanto vejo o jogo do Sporting-V.Setubal. Não sei qual será o resultado final! Mas pelo andar da carroça vai ser mais do mesmo. Isto é, mais uma taça que passa ao lado.
Mas apesar dos constantes maus resultados,todos os ínicios de campeonato acreditamos que desta é que é!
Tal como na nossa vida privada ou profissional devemos sempre acreditar que virão com toda a certeza melhores dias!!
Até sempre
JC

Nota. Neste momento passam 71m e o resultado mantêm-se 0-0

Anónimo disse...

Nem sabe como o entendo...
A minha vida é assim há quase 5 anos... Não sou eu quem sai de casa, não sou eu quem se arrisca, mas sou eu quem tem de "levar o barco a bom porto"!! E garanto-lhe que tambem não é tarefa fácil. Quem fica tem que ser pai, mãe, noiva de guerra, contabilista, psicologa, dona de casa, tudo... tem mesmo que ser tudo! Há dias muito complicados.
E tal com vós, nunca sabemos se vale a pena tanto sacrificio...
Quanto a mim, continuo a espera. Não tenho carreira para evoluir, nem posso sair para lado nenhum á procura de mim mesma...Também não sei se o meu trabalho e sacrificios serão um dia reconhecidos pelos principais beneficiários, ou se me dirão que o pai foi o herói e eu não fui nada.
Só espero que o meu marido regresse desses confins do mundo sentindo o mesmo amor que sentia pelos filhos e por mim quando para aí partiu...

Boa sorte!

Anónimo disse...

Caro Tuareg, como leitor assíduo deste teu blog, para além das tuas crónicas sempre interessantes, sobre a tua vida aí na Argélia, nelas, consegue-se ler também, o teu estado d`alma. Umas vezes mais bem disposto, e, outras menos bem disposto, como acontece com toda a gente!
Nesta, nota-se alguma amargura, e por isso, resolvi enviar-te este comentário em forma de abraço. Uma coisa é certa, meu caro tuareg, para aém de todos os sacrifícios que estarás a fazer, e muito para além das eventuais recompensas, após esta aventura aí nos confins do mundo, serás certamente um homem mais sábio, o que fará de ti um (ainda) melhor pai, marido, amigo, e porque não dizer, melhor engenheiro! 1 abraço.

Anónimo disse...

Caros leitores,

Agradeço as palavras de encorajamento, e é verdade que, como dizia alguém, a vida é como os interruptores uma vezes para cima, outras para baixo, o que precisamos é de lutar para que o interruptor não esteja sempre para baixo.

Go with the flow....

Anónimo disse...

Esta crónica, em jeito de balanço, deixa-nos, pelo que transparece, um sentimento de tristeza.
A vida podem ser dois dias e o Carnaval são três, mas quase dois anos não são uma vida. A experiência, essa, sim, vai-te ficar para a vida.
Só nos devemos arrepender daquilo que não fazemos e, um dia, à distância, olharás para este tempo e dele retirarás aquilo que de mais positivo teve.
Qualquer dia a Argélia fica para trás e a família e os amigos estão à tua espera. Por agora, estamos à distância de um click.
O Verão está quase aí, as férias também e o bom tempo faz bem à alma.
As nossas expectativas nem sempre se confirmam, é como o Sporting, já não ganha o campeonato, mas quem sabe, ainda fica com a Taça UEFA.
Beijinhos e boa semana.
MLB

Anónimo disse...

Nuno,
Como é que no Blog do PA na contagem de bandeiras não aparece a bandeira da Argélia, Faz favor de tratar do assunto e fazer juz ao nome do Blog.
MA

Anónimo disse...

P.S.
As de Cabo Verde fui eu.
MA