sexta-feira, 29 de junho de 2007

Uma ida a Praia

A praia na Argélia, é uma das poucas opções de lazer disponíveis para os estrangeiros e locais. A sua costa com mais 1000 km apresenta um número variado de praias no qual se inclui as belas praias da região de Bostaganem. Dado que este fim-de-semana não houve hóquei e havia muito trânsito para o Fórum Almada, optei por ir até a praia com uns colegas. Assim que estacionamos o carro lá chega o simpático arrumador a dar indicações para arrumar num parque praticamente vazio, mas verificamos logo uma diferença, aqui só pagamos a saída. Ao deslocarmos ao longo da areia passamos logo do lixo deixado pelos locais, o objectivo é conseguir encontrar um espaço de 4x4 metros sem lixo. Com maior ou menor dificuldade lá encontramos um espaçinho para estender a toalhita. Depois de observarmos em redor verificamos logo que a grande maioria dos banhistas são homens e que as mulheres estão muito agasalhadas. Elas tem tanto frio que até para a água levam a roupinha (Ver foto). É verdade o biquini ainda não chegou a estas terras, no entanto isto está evoluir já se vêm alguns fatos de banhos. Muitos trazem a famelga assentam arrais de manhã, comem e bebem (água !!!) e depois no fim os detritos ficam lá (ver foto) . A parte estas diferenças culturais, o sol é bom, a água tem uma temperatura amena e é razoavelmente limpa. A imperial à beira mar é que não é possível, ou um sumito ou água, cachorros e sandes de coirato também não há (que mania que eles tem contra a carne de porco). E assim se passa o tempo neste fim de mundo.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Saudade

Salamaleque,

Saudade, penso que só estando numa situação similar a minha se consegue perceber o alcance desta palavra. Tudo o que estamos habituados mudou, a família, os amigos, os hábitos, a ideologia, a liberdade enfim o modo de vida. Penso que a saudade é quando valorizamos momentos que a partida não damos importância como estarmos sentados num pavilhão a ver o treino dos nossos filhos, vamos ao café com os amigos ou mesmo ver televisão no nosso sofá. Apesar da vida aqui não ser nenhum inferno (ver foto - praia em Beni Saf ) , é quando estamos longe e num ambiente um pouco hostil e restritivo que damos valor a Portugal, um país onde todos reclamamos, criticamos mas nada fazemos para mudar. Estamos nos a tornar um país de consumo, de centro comerciais e sobre tudo de indiferença, cada vive a sua vida e o resto que se lixe, apenas alguns tentam remar contra a maré e devíamos ser mais. A verdade é que eu próprio também era um pouco assim mas esta experiência abriu me uma nova perspectiva sobre o modo de encarar a vida dando mais importância aos pequenos momentos. Cada vez que regresso por alguns dias eu bebo com satisfação todos os minutos como se todos fossem especiais, até das filas da segunda circular tenho saudades porque significava que estava aí.
O meu fim-de-semana termina enquanto o vosso começa. Divirtam-se que a quem tenha de trabalhar. Este texto puxou um pouco ao sentimental mas há dias assim.
Redoah, inchalah

quinta-feira, 21 de junho de 2007

As casas de banho


As casas de banho são talvez um dos maiores mistérios do mundo muçulmano. A quase um ano que estou no seio de um país muçulmano e ainda não percebi como é que eles fazem. Primeiro não existe papel higiènico, em sua substituição ou temos o tradiconal balde de água ( ver foto), ou uma torneira ou ainda mais evoluido um chuveiro ao nivel dos joelhos. Agora perguntam vocês : " Como é que eles fazem ? ". Bem não posso afirmar porque, felizmente, nunca tive presente, mas o que me dizem é depois da evacuação, para se limpar, usam a mão esquerda, fazem o chape-chape com balde ou repuxo com o chuveiro e o resto vai a mão ( A esquerda!!! ). E depois lava-se a mão e já está. Atenção todo este trabalho tem de ser exclusivamente executado com a mão esquerda pois esta é considerada impura, nunca podemos cumprimentar ninguém com a mão esquerda, será considerado uma ofensa. E também só de pensar onde aquela mão poderá ter andado, nem eu queria. Agora a questão que eu me pergunto é como é que conseguem utilizar o repuxo sem se molharem todos, sim porque a operação é executada de baixo para cima.
Para terminar mais uma lição de árabe : Choéla ? ( O quê ? )

Redoah, Inchalah

domingo, 17 de junho de 2007

Hóquei no fim do Mundo


Uma das minhas missões nesta estadia no mundo Muçulmano é de descobrir novos talentos do hóquei em patins.Uma das dificuldade foi lhes explicar o que é o hóquei em patins. Efectivamente nesta maravilhosa cidade à beira mar plantada onde habito, denominada Mostaganem e já carinhosamente apelidada de Bostaganem pelos portugas (vai se lá saber porquê) não existe hóquei em patins.
Tendo em conta as palavras do último comentador, poderia realmente transformar a fábrica num gigantesco complexo desportiva, afinal sempre são 17.000 m2 cobertos (ver foto), outra solução seria fazer uma mega discoteca, tipo Kadoc, mas com musica rai e mulheres tapadinhas, tipo kinder supresa ( assunto para ser desenvolvido noutra ocasião ).
Uma das coisas que nos causa mais confusão, é os fins de semana. Aqui o fim de semana é a Quinta e Sexta, a semana começa no Sabado, normalmente ninguém sabe em que dia da semana está. Ao menos aqui saimos as Quintas a noite, é Ladys Muculmanas Night. Se os jogos fossem a Quinta e Sexta o que é que os pais fariam aos Sábados e Domingos ?

Quero terminar dando os parabéns aos miudos que participaram no torneio de Turquel e por aqui se verificou que não é necessario exportar talentos para o Sporting, como referido pelo último comentador.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

CDPA - Crónicas Dum Português na Argélia

Boa tarde,

Fui desafiado pelo Miguel para fazer um blog ligado ao rejuvenescido site do PA. Dado que devo de ser um dos poucos adeptos do PA implantado no coração do Mundo Muçulmano, optei por criar um blog para todos os simpatizantes do PA espalhados pelo Mundo, incluindo Portugal, no qual pretendo dar noções sobre a vida noutros paises, uma espécie de programa cultural/humorístico e umas dicas de arabe pode ser sempre útil.

Por agora é tudo,

Redoa, Inchalah ( Até amanhã se Deus quiser, neste caso se Alá quiser )