segunda-feira, 16 de junho de 2008

Cadeia da Hamway

Cá estou de volta, caros ciberbloguers, após um longa ausência. Todos os verdadeiros artistas têm um período de retiro para poder encontrar a suprema inspiração. Regresso para vos falar de uma das características comum a todos os países e mais evidente em África: a corrupção. Embora essa “qualidade”, na Argélia, não seja tão evidente porque a forte componente da religião os impede. No entanto, aqui a corrupção é substituída por tráfico de favores, ou melhor, pela cadeia de favores, que geralmente são obtenção de empregos para familiares e conhecidos. A taxa de desemprego, que aqui tem valores elevadíssimos, embora não haja dados oficiais; mais de 50% da população não terá um emprego fixo, vive de expedientes. Assim sendo, quando é necessário resolver alguma situação ou acelerar algum processo, tudo funciona melhor e mais rápido se arranjarmos um emprego para alguém. Muitos dos fiscais, dos diferentes organismos, chateiam até ao dia em que arranjam lugar para um familiar. Estes favores ganham ramificações por si só, pois após a entrada de um familiar vêm os outros, o irmão, o tio, o primo e por aí fora. Muito ao jeito da cadeia da Hamway, um angariado por sua vez angaria outros, quando damos por ela já toda a família trabalha na empresa. Dado que os salários são baixos, por vezes compensa fazer um destes favores para se resolver rapidamente um problema. Tal como aí, em Portugal, o maior empregador do país é o estado, mas com a cadeia de favores a funcionar, normalmente, existe mais do triplo de pessoas que as necessárias, reparem quantos pessoas são necessárias para reparar um posto transformador. É nestes casos que o provérbio “ A união faz a força “ é bem empregue, pois quantos mais estiverem a olhar, mais força há para se fazer o trabalho.