segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Uma refeição equilibrada

Comer numa das inúmeras tascas existentes na Argélia, é sempre uma experiência enriquecedora e fortificante. Na verdade, depois de comermos num destes locais e sobrevivermos, nada mais nos fará mal. É numa destas tascas, onde já somos assíduos frequentadores, que costumamos comer um franguinho de Kedadra, parecido com os da Guia, mas mais naturais, menos lavadinhos. A procura é muita, dado que a oferta é pouca, por isso, tal como nos sítios requintados, temos de reservar com antecedência. Ao chegarmos à tasca, costumamos fazer o teste do algodão na mesa, neste caso com o guardanapo, mas ele fica tão preto que julgo que no futuro iremos dispensar esta formalidade e aceitar que limpeza deficitária faz parte integrante da tradição local. O frango é servido num prato de sobremesa, sendo a dose é constituída por uma perna ou asa do bicho, o que para estes lados já dá para duas ou mais pessoas. O acompanhamento é à parte, à semelhança do frango da Guia, sendo constituído por batatas fritas bem oleosas, arroz de açafrão bem consistente, eu diria uma espécie de risotto argelino, e ainda um puré com um molho para o qual até a data se desconhece a sua proveniência. Quem quiser tem sempre um prato alternativo, que eles denominam omoleta de atum, que não passa de atum de lata misturado com bocados de ovo. As sobremesas resumem-se aos embalados disponíveis no local, seja pudim, seja iogurte. Para terminar um cafezinho bem negro, o qual ao fim de um mês já parece o melhor café do mundo. Quanto ao preço não vai além dos dois euros. E como diz o provérbio - “o que não nos mata, fortalece-nos”.

Redoah, inchála

3 comentários:

Unknown disse...

Sempre podes cantar esta cançãozinha...
Que saudades que eu já tinha
da minha alegre comidinha
que eu tanto gosto ai
Quem me dera poder voltar
para o aconchego do lar
e uns petiscos saborear, saborear!

Anónimo disse...

Por favor informe o seu colega de apartamento que está convidado para o repasto de "frango do alemão" com data a defenir por ele próprio. Pago eu. Não precisas de trazer vinho, ainda temos "Convento da Tomina"
A vossa experiencia demonstra a minha teoria de que a ASAE é perfeitamente dispensável.

Anónimo disse...

Pensava que ia ler uma crónica sobre o Carnaval, ou a falta dele na Argélia, eis senão quando nem sequer ficamos a saber de que se mascarou o nosso amigo.

Por dois euros não se pode ser muito exigente e risotto de açafrão não é um prato qualquer.

O teste do algodão é preferível guardar para melhor oportunidade - talvez os argelinos estejam a precisar de uma ASAE. Por cá, a ASAE não é que seja desnecessária, pecou pelo exagero, abusou da mediatização das suas intervenções e acabou por ser alvo de todas as críticas, quando até pode ter um papel importante na adopção de determinadas práticas.
Beijinho,
MLB