sexta-feira, 13 de julho de 2007

Um Casamento Diferente

O casamento é umas das cerimónias onde mais sobressaem as diferenças culturais, aqui não é excepção. Sendo uma sociedade muito tradicional, por aqui muitos dos casamentos ainda são combinados e delineados pelos pais dos noivos e foi para uma destas cerimonias que eu e alguns dos meus colegas fomos convidados. A cerimónia realizou-se num restaurante dividido em duas salas, numa das salas ouvia-se um conjunto acompanhado por uns gritos similares aos dos índios mas mais agudos, são feitas pelas convidadas e são uma espécie de felicitações para a noiva. No entanto não vimos o interior da sala, fomos conduzidos para a outra sala onde estava o pessoal a comer, só homens claro. O noivo apareceu para nos cumprimentar e pimba quatro beijocas em cada um, atrás veio o pai do noivo e pimba mais uma dose. Sentaram-nos numa mesa com cadeiras de plástico partidas, a minha não tinha costas, e em cima da mesa apenas os talheres com bocados de comida agarrada, já devia ter servido para outros convidados. Isto estava a começar bem. Um de nós lá ganhou coragem para falar com o noivo e lá nos trocaram os talheres. A comida nem foi má, lá comemos razoavelmente todos do mesmo prato incluindo a sopa , onde cada um com a sua colher a comer da mesma malga. Finalizada a refeição, saímos todos para efectuar o passeio dos alegres que tantas vezes vimos passar. A frente vai uma carrinha com uma câmara de filmar a registar estes momentos de folia, a coluna de veículos só com homens nos seus carros com os quatro piscas e apitar, pelas ruas de Mostaganem, uma verdadeira loucura! Lá paramos num ermo para tirar as fotos da praxe (só homens claro) e vinte minutos depois voltamos ao ponto de partida. A maior parte do pessoal dispersa e vai para casa, e nós, como uma espécie de convidados especiais somos convidados a entrar na sala de onde vinham os gritos. Na frente, um palanque com o noivo e a noiva, esta vestida como uma princesa, sentados numas cadeiras de realeza, ao lado o conjunto a tocar e a seguir filas de cadeiras onde deveriam estar sentadas umas cinquenta mulheres. Seguiu-se uma sessão de fotográfica no palanque onde nós também fomos convidados a participar e na qual nos sentimos como se estivéssemos numa exposição. Passado algum tempo os noivos retiraram-se sob os habituais gritos de índios esganiçados, e viveram felizes para sempre, Inchalah

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