Manda a tradição que as mulheres se embelezem com as mais variadas ornamentações e pinturas, pois, por estas bandas, para se embelezarem e para festejarem eventos as mulheres recorrem a “Hemme”. Trata-se de uma planta similar à do chá com a qual se prepara uma substância avermelhada, muito ao jeito do mercurocromo. E perguntam vocês, o que fazem elas com essa substância? Pintam as palmas das mãos, seja a palma completa seja apenas um pequeno círculo. A primeira vez que observei este fenómeno pensei: “Coitada da mulher, arranhou as mãos todas, e pimba, mercurocromo para cima”. Mas não, apesar de ter um aspecto horrível, este acto serve para celebrar eventos, seja para recém-casados (e neste caso o homem também leva a marca), seja em festas tradicionais como forma de comemoração e de embelezamento. Tal como o mercurocromo, esta substância também não sai com as primeiras lavagem, dura sempre alguns dias. Além deste aspecto estético (quando me refiro a estético, estou a falar do ponto de vista árabe) ao que parece esta substância também tem funções medicinais (lá está, tal como o mercurocromo) por isso além da palma das mãos também costumam pintar a palma dos pés, deve ser para tratar dos fungos. Existe também uma versão mais moderna, que em vez de se pintar a palma das mãos, se faz tatuagens ao longo da mesma até ao cotovelo, sempre é uma forma mais agradável de se maquiar, em vez da tradicional mão pintada, que parece ter saído de um filme de terror. Se a moda pega por essas bandas, esgota-se o “mercúrio ao cromo”.
Redoah, Inxalá